O Museu de Leiria é uma janela aberta sobre a memória de um território longamente habitado que, à entrada do século XXI, se revela com um novo olhar sobre uma realidade complexa. A construção deste projeto museológico durou mais de um século, contando com muitos e importantes intervenientes, propostas diversas e um rico acervo reunido. Ideia surgida ainda em tempos da Monarquia Liberal, o Museu ficou a dever a sua concretização aos esforços persistentes de Tito Larcher (1865-1932), que tomaram forma no Decreto de 15 de novembro de 1917. Denominado então Museu Regional de Obras de Arte, Arqueologia e Numismática de Leiria, enquadrava-se na política museológica da 1ª República. Depois de uma instalação no primitivo Paço Episcopal, ocupou diversos espaços da cidade, numa deambulação que reflete a sua história atribulada.
Em 2006 iniciou-se o presente processo que devolve à vivência da Cidade o Convento de Santo Agostinho, monumento construído a partir de 1577 (a igreja) e 1579 (o complexo conventual), agora habitado pelo novo Museu de Leiria, desde novembro de 2015. O seu programa museológico, que se procurou participado, enquadra para além do acervo do antigo museu, as coleções artísticas municipais e a reserva arqueológica, constituindo o fulcro da rede de museus concelhios, aberta à Cidade e ao seu território.
O Museu de Leiria organiza-se em dois espaços expositivos. No primeiro apresenta-se uma exposição de longa duração que faz uma leitura geral da história do território, propondo um caminho, necessariamente sumário, por entre a rica e densa floresta de objetos, acontecimentos e mitos, que definem uma identidade central do País. No segundo espaço, que lhe é complementar, são apresentadas exposições temporárias que permitem aprofundar temáticas e coleções específicas.
Além das áreas expositivas, o Museu dispõe também de Reservas, Laboratório de Conservação e Restauro, Serviços Administrativos e de Coordenação e Gestão, Sala de Apoio à Museografia, Centro de Documentação, Sala de Serviços Educativos e Salas Polivalentes. É permitido o usufruto de áreas de lazer, tendo Receção e Loja, e garantindo-se a fruição plena do Claustro.
A preocupação em tornar o Museu acessível a todos foi materializada de múltiplas formas: infografia e sinalética com preocupações em termos de acessibilidade gráfica, placas em braille, trilhos direcionais e percursos acessíveis, acessos mecânicos, espaço cão-guia, plantas táteis, traduções em três línguas, exposições bilingues (PT; ENG), áudio-vídeo-guias em quatro línguas, soluções multimédia, guiões para os filmes sem locução (garantindo acessibilidade a pessoas com deficiência auditiva), guiões em Sistema Pictográfico Comunicacional e em braille, em parceria com o CRID – Centro de Recursos para a Inclusão Digital (Instituto Politécnico de Leiria).
O Museu de Leiria foi distinguido com os seguintes prémios: 1º Prémio de Museografia e Menção Honrosa Melhor Museu, pelos prémios APOM 2016; Menção Honrosa em Acessibilidade Física no quadro dos Prémios Acesso Cultura 2016; Prémio Concelho + Acessível 2016, pelo Instituto Nacional Para a Reabilitação; prémio The Silletto, do European Museum Forum – EMYA 2017; certificado “The Best in Heritage”, pela Europa Nostra e ICOM, em 2018; prémio Projeto Internacional, pelos prémios APOM 2019 .