Chamaram-lhe Mulher
Sinopse
A música do século XVII fornece a base artística para este périplo emocional. O século XVII trouxe algumas das mudanças técnicas e estéticas mais significativas na História da Música, aproximando esta de uma expressividade cada vez mais ligada à palavra e emoções que dela emanam: o stilo moderno que florescia na Itália substituía o stilo antico, e ditava que a música servia as nuances do texto poético e dos afetos.
Em 1568, Maddalena Casulana (1544 – 1590) publicava as suas composições musicais – tornando-se a primeira mulher (que tenha chegado até nós) a fazê-lo. No seu prefácio, que dedicou a Isabella de Medici, justifica este ato de quase subversão: “...mostrar ao mundo o erro fútil dos homens que acreditam ser eles próprios os patronos dos altos dons do intelecto, que, segundo eles, não podem ser da mesma forma das mulheres.” (Veneza, Abril 10, 1568, tradução livre, Ana Castanhito).
Hoje, nós sentimo-nos privilegiadas por podermos cultivar os nossos dons e trabalhar as nossas apetências artísticas e queremos falar-vos no feminino. A expressiva música do século XVII e esta ideia de prestar homenagem à Mulher na Arte estimularam-nos a criar um espetáculo atual, que liberta a cantora e a coloca no centro, juntamente com a bailarina, da busca da interpretação mais genuína, onde o corpo, a voz, a expressão se concertam para um momento artístico que é único e inevitavelmente ligado ao instante e ao lugar onde acontece.
Ficha técnica
PROGRAMA
Mulher - Espanto inicial da criação
Che si può fare?, Barbara Strozzi (1619-1677)
Mulher – Inocência
Se l’aura spira, Girolamo Frescobaldi (1583-1643)
Mulher – Prenúncio de crueldade
Improviso
Mulher – Olhos que choram
Lumi, potete piangere, Giovanni Legrenzi (1626-1690)
Mulher – Olhos que seduzem
Ojos, pues me desdeñais, José Marín (1618-1699)
Mulher – Mãe que sofre
Hor ch’è tempo di dormire (Canzonetta Spirituale sopra alla nanna), Tarquinio Merula (1595-1665)
Mulher – Felicidade
Amante felice, Giovanni Stefani (séc.XVII)
Criação: Ana Castanhito, Helena Raposo, Patrycja Gabrel e Yola Pinto
Interpretação: Ana Castanhito (harpa barroca), Helena Raposo (teorba e guitarra barroca), Patrycja Gabrel (soprano) e Yola Pinto (movimento e dramaturgia )
Coprodução: Município do Fundão / Festival de Música Antiga de Castelo Novo | Teatro-Cine de Torres Vedras
Fotografia/Som: Jorge Moura
Fotografia/Video: Nuno Veiga
Apoios: Teatro da Voz do Operário | ProDança | Arte e Impacto (Jorge Moura) | Nuno Veiga | Município do Fundão | Município de Torres Vedras
Outras informações
M/6
Preço: 5,00 euros