Encontros na Basílica IV
Sinopse
José Nuno Ferreira da Silva, presbítero da diocese do Porto, desde 1989, foi capelão do Hospital de S. João desde 1998 e é assistente da pastoral da saúde na sua diocese desde 2004. De 2002 a 2012 foi coordenador nacional das capelanias hospitalares e membro da Comissão Nacional de Pastoral da Saúde. Integrou o comitê da Rede Europeia de Capelanias Hospitalares e é responsável pela criação, em Portugal, do Grupo de Trabalho inter-religioso Religiões/Saúde. Integrou a Comissão de Ética do Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge e lecionou em diversas Escolas Superiores de Saúde. Presentemente, leciona a disciplina de Antropologia Médica, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e a Unidade Curricular de Cristianismo e Cultura, na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto. É, desde outubro de 2016, capelão no Santuário de Fátima.
Palestra
A fragilidade como lugar teológico e espiritual
Fátima e a fragilidade têm em comum muito mais do que apenas a mesma consoante no início da palavra. Falam ambas de uma única realidade, constituem ambas lugares teológicos e espirituais e imbricam-se uma na outra como a fonte e a sede, a luz e a sombra. A sede faz-se procura de uma fonte e a fonte deixa-se encontrar, a sombra acende o desejo da luz e a luz é à sombra que se oferece como experiência necessária. Detemo-nos diante da sede e da sombra como metáforas do lugar teológico e espiritual que a fragilidade humana constitui e sobre os mistérios da fonte e da luz que em Fátima e de Fátima emanam, que a definem e projetam como lugar teológico e espiritual precisamente pelo seu diálogo teológico e espiritual com o mistério da fragilidade humana. Ambas, como lugares teológicos e espirituais, enquanto lugares antropológicos geradores de identidade, história e relação, se impõe à nossa compreensão da Revelação de Deus encarnado como instância em que opera a redenção.
António Mota é licenciado em Órgão pela Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação do Prof. Antoine Sibertin-Blanc, com nota máxima de final de Curso e diploma de mérito, e doutorado em Música pela Universidade de Aveiro, com uma tese sobre Olivier Messiaen, orientada pelo Prof. Doutor João Pedro Oliveira. É também mestre em Eng.ª Eletrotécnica e de Computadores pelo Instituto Superior Técnico. Organista no Santuário de Fátima, desde março de 2020 é, ainda, professor auxiliar convidado na Universidade de Aveiro no Departamento de Comunicação e Arte.
Nota ao Programa
Mendelssohn durante a sua carreira prestou homenagem ao grande Bach em várias ocasiões, mormente participando em recitais como organista com obras deste e, em particular, através da composição de 6 sonatas para órgão, publicadas em 1845. A n.º 1 é marcada pelos seus brilhantes andamentos de enquadramento, o 1.º fazendo referência ao estilo coral de Bach, em
interlúdios musicais, contrastando com blocos de rigoroso tratamento contrapontístico. “Herzlich...” (ou “O Haupt voll Blut und Wunden”) é uma canção sacra que desde o século XVII tem sido tratada musicalmente por vários compositores; os prelúdios-corais para órgão de Bach, Reger e Brahms sobre este tema são peças curtas, mas que condensam sobremaneira a arte e o estilo próprios destes grandes nomes, com visões musicais diferentes, mas identicamente raras em inspiração.
Karg-Elert dedicou-se sobretudo à composição e execução ao órgão e harmónio, sendo a op. 65, n.º 59 uma das suas obras mais difundidas. É uma brilhante peça, com ligeiros toques de modernismo impostos pelo novo século emergente, e que se alicerça sobre o conhecido cântico de agradecimento a Deus.
Programa
Felix Mendelssohn (1809-1847)
Sonata n.° 1 em fá menor, Op. 65, n.° 1
Allegro – Adagio – Andante recitativo – Allegro assai vivace
3 Prelúdios corais sobre “Herzlich tut mich verlangen”
BWV 727, de Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Op. 67, de Max Reger (1873-1916)
Op. 122, n.° 9, de Johannes Brahms (1833-1897)
Karg-Elert (1877-1933)
Nun danket alle Gott, Op. 65, n.° 59
Ficha técnica
Palestra: A fragilidade como lugar teológico e espiritual | José Nuno Silva
Recital: Organista António Mota
Outras informações
Entrada livre
O Encontro decorre segundo as normas da Direção Geral de Saúde para os Eventos Culturais
Próximo Encontro
7 novembro
Palestra: Eu nunca te deixarei: Fátima como acontecimento, lugar e mensagem de esperança | André Pereira
Recital: Sílvio Vicente – Órgão