Temporada Darcos | Sinfonia Titã
Sinopse
Profundamente inovadora, os primeiros esboços desta monumental sinfonia datam de 1883, ao mesmo tempo que Mahler escrevia o ciclo Canções de um companheiro viajante, incorporando a 2ª canção como tema principal do I andamento e a secção final da 4ª canção no III andamento. Completada entre finais de 1887 e março de 1888, viria a ganhar o subtítulo de Titã em 1893, pela mão do compositor. Densa na concepção, complexa nos conteúdos narrativos, emocionalmente extremada, da simplicidade do quotidiano à transcendência onírica, esta sinfonia parece querer despertar no ouvinte o inconsciente invisível.
A “Primavera sem fim”, nas palavras de Mahler, o I Andamento, Devagar, arrastando-se: Como sons da Natureza – sempre muito devagar, começa com uma longa introdução. Do silêncio nasce o som, o sol desponta no horizonte pontuada pelo chilrear dos pássaros, fanfarras ao longe e o restolhar das folhas à brisa matinal. Segue-se uma esfuziante melodia. O II andamento, vigorosamente agitado, mas não muito rápido – bem devagar, invoca os ländler (dança que estaria na origem da valsa), em jeito de idílio amoroso. Segue-se uma desconcertante marcha fúnebre, com a citação da melodia infantil Frére Jacques. A longa indicação de andamento, solene e compassado, sem se arrastar — muito simples e direto à maneira popular — algo mais forte, tal como no início, não deixa antever os breves episódios de música judaica e a autocitação da canção cujo texto original diz “(…) Quando ainda não sabia como a vida dói / Era tudo, tudo ainda bom! / Tudo! Tudo! Amor e dor! E mundo e sonho!”. Descrito por Mahler como “do inferno ao paraíso”, o último andamento, tempestuoso, comovido – enérgico, navega de uma tonitruante explosão até à fanfarra final, todas as tensões criadas são finalmente resolvidas.
Ficha técnica
G. Mahler (1860 – 1911)
Sinfonia nº 1 (arr. para ensemble de K. Simon)
Direção musical: Nuno Côrte-Real
Ensemble Darcos
Outras informações
M/6 anos
Preço: 5,00 euros