Como plataforma multidisciplinar independente, o Coletivo Fantasma pretende dinamizar um espaço público e informal de diálogo, dedicado à promoção do debate e do pensamento crítico em torno de temas centrais da cultura contemporânea nas suas mais diversas manifestações e expressões, nomeadamente as políticas culturais, a história, o património material e imaterial, a criação artística contemporânea, a formação artística e de públicos, o papel do associativismo local, a urgência da crítica cultural, as novas tecnologias, a sustentabilidade, as boas práticas ou a promoção de novas estratégias para a cultura.
MANIFESTO DO COLETIVO FANTASMA
1. O Fantasma é um ente que não está morto: precisamente por ter passado ao estado de já não ser, representa uma recusa perante a Morte.
2. O Fantasma é uma urgência de estar, uma recusa de desaparecimento, um ser espectral entre tudo e nada.
3. O Fantasma é um mediador entre quem ainda é (mas irá deixar de ser) e quem já não é (mas foi um dia).
4. O Fantasma é um indivíduo sem o ser de facto. Na maior parte das histórias sobre fantasmas o Fantasma é um ser solitário que aterroriza, nem sempre com intenção, um indivíduo ou um grupo de pessoas.
5. O Fantasma é uma perturbação, um espírito indomável e inquieto. Em muitas culturas existem rituais de apaziguamento ou afastamento de fantasmas para garantia da quietude e paz dos vivos.
6. O Fantasma não é, está. O Fantasma é uma manifestação ou aparição.
7. O Coletivo Fantasma recusa a morte do pensamento sobre a Cultura e manifesta-se como uma urgência de estar.
8. O Coletivo Fantasma é um espaço de ser num lugar espectral entre tudo e nada.
9. O Coletivo Fantasma é um mediador entre o que foi, o que é e o que poderá vir a ser.
10. O Coletivo Fantasma não aterroriza de forma intencional.
11. O Coletivo Fantasma é uma aparição, uma perturbação que resulta da união de espíritos inquietos.
12. O Coletivo Fantasma é um grupo que não o é mas está. O seu resultado é matéria inefável, desequilíbrio, vertigem, presença, aragem.