Em abril de 2017 o Governo português aprovou um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche, para nela instalar um Museu Nacional que perpetue a memória histórica deste monumento, enquanto ex-prisão política da Ditadura. Ainda nesse ano, em setembro, a Fortaleza passou para a tutela da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que de imediato deu início aos procedimentos necessários à preservação do edificado histórico e à criação daquele que será o 15º Museu Nacional.
A 7 de fevereiro de 2018 foi lançado o concurso público de arquitetura, incidindo a escolha final no projeto do Atelier AR4, sob a coordenação de João Barros Matos.
Das 22 propostas apresentadas, o júri considerou que a vencedora se destacou pela "sobreposição de percursos de diferente natureza nunca perdendo, cada um deles, autonomia, significado ou fluidez no seu conjunto".
Construída no século XVI e classificada como Monumento Nacional desde 1938, a Fortaleza de Peniche reabre ao público a 25 de abril de 2019, investida num novo uso de índole museológica, que posiciona Portugal no roteiro internacional dos chamados Museus de Memória, evocativos de lutas travadas em nome da Liberdade e dos Direitos Humanos.
Resultado de um profundo trabalho de pesquisa desenvolvido pela CICAM (Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica), que irá ser continuado e que se consolidará em 2021, inauguram-se neste primeiro momento a Exposição “Por Teu Livre Pensamento” e o Memorial.
O objetivo da exposição é prestar homenagear aos antigos presos, às suas famílias, à população de Peniche e aos milhares de homens e mulheres que dedicaram as suas vidas à resistência ao fascismo e à conquista da Liberdade.
Na exposição, resgatam-se momentos marcantes da História Contemporânea a partir de documentos, fotografias e objetos que integrarão o acervo do futuro Museu. Há também registos fílmicos que documentam testemunhos de presos políticos, de seus familiares e as fugas heroicas, com destaque para as que foram protagonizadas por Dias Lourenço e Álvaro Cunhal. E um núcleo com a história da Fortaleza desde o século XVI até aos nossos dias.
O Memorial, uma peça de grandes dimensões em aço corten, apresenta gravados os nomes dos 2510 presos políticos que passaram pela Cadeia de Peniche ao longo de 48 anos de repressão do Estado Novo.